Descolonização de Angola, Moçambique, África do Sul e Índia.
DESCOLONIZAÇÃO DE MOÇAMBIQUE
Ainda que tenham estabelecido pequenos estabelecimentos e pontos de parada no caminho para as Índias desde o século XVI, os portugueses somente ocuparam militarmente o território hoje enquadrado sob o Estado de Moçambique no fim do século XIX, após a partilha da África entre os Estados Europeus na conferência de Berlim, em 1885, que forçou-os a realizar uma ocupação efetiva sob pena de perder o mandato sobre o território para seus vizinhos mais poderosos.
Diferentemente do que se pode crer pelos estereótipos atribuídos ao continente africano, essa região era ocupada por povos diversos e de razoável complexidade civilizacional, sendo o litoral controlado por cidades portuárias muçulmanas, ligadas às rotas comerciais do golfo pérsico, e o interior ocupado majoritariamente pelos bantus, agricultores com o domínio da metalurgia desde os primeiros séculos da era cristã.
A partir da virada do século intensificou-se a exploração econômica da região pela administração colonial portuguesa, que se baseava principalmente na utilização da mão de obra local sob condições desumanas, e na sua exportação para o trabalho forçado nas minas sul-africanas. Ali, a inviabilidade econômica da exploração de minério era compensada pela superexploração da mão de obra negra, sob o controle dos mesmos grupos sociais que mais tarde sustentariam o sinistro regime da apartheid.
DESCOLONIZAÇÃO DA ANGOLA
Em 10 de Novembro de 1975, o Alto Comissário e Governador-Geral de Angola, almirante Leonel Cardoso, em nome do Governo Português, proclamou a independência de Angola, transferindo a soberania de Portugal, não para um determinado movimento político, mas para o “Povo Angolano“, de forma efectiva a partir de 11 de Novembro de 1975.
Assim, no dia 11 de Novembro de 1975, cada um dos três movimentos de libertação proclamava a independência de Angola: Holden Roberto, da FNLA, proclamou a independência no Ambriz, Jonas Savimbi, da