Afogamento
Este é um resumo do artigo publicado no New England, de autoria capitaneada pelo médico Dr. David Szpilman, do CTI do Hospital Municipal Miguel Couto e do Corpo de Bombeiros, ambos do Rio de Janeiro. O artigo versa sobre um tema tão importante, que é como abordar a vítima de afogamento. I. Definição
Segundo a OMS (2002), afogamento é o processo de disfunção respiratória decorrente de submersão/imersão em meio líquido. A “submersão” é o posicionamento da via aérea abaixo da superfície de uma massa líquida, enquanto “imersão” é a entrada de líquido na via aérea sem que a mesma tenha ficado abaixo da superfície de uma massa líquida.
Situações de submersão ou imersão não acompanhadas de disfunção respiratória não devem ser chamadas de afogamento. Em tais casos, se o paciente for resgatado por terceiros, trata-se apenas de um “resgate aquático”. Muitos termos utilizados no passado, como “quase-afogamento”, “afogamento secundário”, entre outras, foram abandonados pela literatura atual. Subdividem-se os afogamentos emfatais e não fatais. II. Epidemiologia
Os afogamentos acidentais representem cerca de 0,7% das mortes no mundo, aproximadamente 500.000 óbitos por ano, concentrando-se, principalmente, em meninos com idade entre 5 a 14 anos.
Nos EUA, os afogamentos são a segunda maior causa de morte acidental em crianças de 1 a 4 anos, e em países menos desenvolvidos, como localidades da África e América Central, a chance de morte por afogamento em crianças chega a ser 10 a 20 vezes maior que nos EUA.
O custo para o sistema de saúde com as vítimas de afogamento nos EUA é de 273 milhões de dólares/ano. No Brasil, país dotado de uma enorme extensão costeira, os valores são próximos, cerca de 228 milhões de dólares/ano.
Os principais fatores de risco para o afogamento acidental são os seguintes:
Sexo masculino,
Idade < 14 anos,
Uso de álcool,
Baixa renda,
Baixo nível educacional,
Meio rural,
Exposição aquática,
Comportamentos de risco,
Falta