Afeto e adoecimento do corpo: considerações psicanalíticas
Afeto e adoecimento do corpo: considerações psicanalíticas
Referindo-se aos sintomas psicossomáticos, pode-se dizer que constituem parte significativa da clínica atual, demonstrando como o corpo pode se tornar lugar favorável ao sofrimento. Para Freud, prestar atenção nos afetos parecia ser um caminho de excelência, para entender a natureza da alma humana, seu desenvolvimento e fontes geradoras desses processos psicossomáticos.
Uma questão a ser trabalhada são as resistências, que necessitam de tempo para a sua reelaboração, a qual constituía a peça do trabalho produtora do efeito alterador máximo sobre o paciente e que distingue o tratamento analítico de toda influência sugestiva.
Ressaltando que, apesar da importância do afeto para a teoria psicanalítica, Freud nunca fez uma definição, nem dedicou mais do que poucos parágrafos de alguns textos para esclarecer como pensava sua natureza e origem.
Acredita que, dentre todos os termos empregados por Freud, afetos, emoções ou sentimentos, o afeto é o único que poderia ser considerado um conceito, seja pela quantidade de vezes em que é empregado, pelo número de termos correlatos ou derivados, ou em virtude do contexto em que aparece.
A ideia geral é que cada impressão psíquica esteja provida de certo valor afetivo, já que em todo indivíduo existe a tendência a reduzir esta quantidade de afeto em operação no psiquismo, ao nível mínimo necessário para seu funcionamento psíquico.
No entanto, se fazia necessário explicar como os afetos se transformavam, como o prazer virava desprazer. Explicando como os afetos parecem referir-se ao modo como uma representação que tivesse chegado ao sistema afetava o indivíduo, causando prazer ou desprazer.
O afeto é um processo em ato e em movimento que implica: 1) um aumento da tensão psíquica; 2) o percurso desta tensão dentro do psiquismo; 3) um modo específico de descarga dirigida para o interior do corpo; 4) a percepção desta descarga. Isto é, o afeto inclui o que