adoção

Francisca Neuza Da Silva
Trabalho de conclusão de curso
Adoção de crianças e adolescentes

No Brasil o número de crianças que esperam por uma família é cinco vezes maior ao de famílias cadastradas a espera de um filho. Essa disparidade ocorre por inúmeros motivos; dentre eles a lentidão da justiça nos processos de adoção. Mas por que um gasto de tempo e energia tão grande é mesmo necessário?
A nova lei de adoção prevê que as famílias inscritas na lista de espera devem passar por um curso de preparação para receber essas crianças em seus novos lares e saber lidar com as angústias e anseios de um momento tão esperado. A idealização de um filho nem sempre condiz com a realidade. Há necessidade das famílias saberem o que realmente querem, por que para esses pequeninos é ainda mais traumatizante o retorno ao abrigo, sofrerem uma nova rejeição e terem que passar por outro processo de adoção. Os pais adotivos têm durante o período do curso um tempo para refletir e ver se é realmente o que eles desejam e se for aprenderem através dele como lidar com os conflitos que surgirão futuramente. É importante esse tempo, por que ele reduz significativamente a taxa de devolução de crianças para nova adoção.
Outro fator da demora é que ainda vivemos num país com muitos preconceitos e isso dificulta a inserção dessas crianças em novas famílias. Ora a lei prioriza a adoção de irmãos em conjunto, no entanto os pais buscam filhos únicos, brancos, saudáveis, bebês... É todo um processo cultural, algo que precisa ser mudado. Há muitas crianças lindas esperando uma mãe, porém fogem ao perfil de perfeição brasileiro.
Além de tudo que já foi mencionado o tempo levado para adotar uma criança também aumenta devido às diversas tentativas da justiça em recolocá-las em seus antigos lares com seus pais biológicos. Tentativas essas em grande maioria frustrante, pois quando as crianças voltam para suas mães sofrem novamente abandono, violência doméstica, sexual, maus tratos, etc.
O importante