Adorno e a Arte Contemporânea
INSTITUTO DE ARTES – DEPARTAMENTO DE ARTES VISUAIS
BACHARELADO EM ARTES VISUAIS
DISCIPLINA: Filosofia da Cultura
PROF.: Francisco Rüdiger
ALUNO: Claudio do Prado Santana
Breves anotações para um ensaio sobre Adorno e a Arte Contemporânea
Porto Alegre, julho de 2014
"Indústria Cultural" é um conceito essencialmente crítico, introduzido a partir da obra conjunta de Adorno e Horkheimer, a Dialética do Esclarecimento, considerada a principal referência histórico-filosófica da Escola de Frankfurt. A concepção de uma teoria crítica, elemento programático desse movimento intelectual do século XX, busca estabelecer os limites para o conhecimento legítimo, calcado na tomada de consciência do que constitui o sujeito em sua relação com a objetividade. Se o sujeito é uma mediação necessária para o objeto, como já enfatizava Kant, a teoria crítica de Adorno e seus companheiros da Escola de Frankfurt busca demonstrar que o objeto também é uma mediação para o sujeito. A objetividade histórica, que transparece nas relações de poder expressadas nas formas do pensamento, ou seja, nos conceitos, princípios, valores, paradigmas, foi sistematicamente negligenciada pela teoria tradicional, mas é o parâmetro necessário para desfazer a ilusão do conhecimento que se satisfaz com a pura apropriação técnico-científica dos fatos.
A obra de Adorno e Horkheimer realizou esta crítica em diversos âmbitos: na gênese da subjetividade, na razão científica, na moralidade, na ideologia do anti-semitismo e na própria concepção de Indústria Cultural. Cada um desses momentos é equacionado por meio de sua inserção no processo de desenvolvimento da racionalização ocidental. O foco que nos interessa é a reflexão acerca dos consumidores da cultura de massa, tratados como se fossem sujeitos na fruição das obras, quando na verdade não passam de absorvedores das tendências impostas por um capitalismo cada vez mais