Adorno e cinema
Produto escolhido: cinema Sim, o cinema reproduz a ideologia de um sistema, orienta as massas e impõe um modelo de comportamento. “O cinema e o rádio não necessitam já oferecer-se como arte. A verdade de que não são senão negócio serve-lhes como ideologia que deve legitimar a porcaria que produzem deliberadamente. Auto-definem-se como indústrias” (A Indústria da Cultura, Theodor Adorno, 1947). A ideia de que o cinema (principalmente aquele que é proveniente de grandes estúdios) não é nada mais que um negócio, como no trecho a cima, formulado por Theodor Adorno no texto “A Indústria da Cultura”, pode ser considerada um tanto quanto exagerada, no entanto esse valor, sobretudo é um esforço de denúncia e aviso feitos por Adorno na época. Ao contrário das artes instituídas antes do seu surgimento, o cinema comporta uma série de condições técnicas de produção, que vão dos elevados custos de realização, até em termos técnicos de equipamentos. Determinar o quanto essa ideologia e essa engenharia financeira condicionam a sua negação ou afirmação como arte é o que demonstra ser mais relevante, mas também o mais difícil. Apesar de a sétima arte possuir um caráter onde se utiliza o talento e a criatividade e ter diversos títulos (principalmente os filmes mais antigos) que se incluem legitimamente entre as grandes obras de arte de todos os tempos onde o lucro se torna uma questão secundária e auxiliar (porém não menosprezada), o cinema, hoje em dia, reproduz a ideologia de um sistema (indústria cultural), pois sua natureza vem tornando-se cada vez mais industrial e comercial e destinada para o espetáculo de multidões. O cinema