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Rolf Wiggershaus afirma que pouquíssimos filósofos da história européia tiveram o conceito de sua obra teórica marcada pelo horror quanto Adorno. O principal expoente da teoria da Indústria Cultural é originário da classe média alemã, tendo nascido em Frankfurt como Theodor Wiesengrund Adorno no dia 11 de setembro de 1903. É um dos nomes mais conhecidos da Escola de Frankfurt, apesar de ter origem intelectual diversa dos demais integrantes do Institut fuer Sozialforschung, conforme explicita Phil Slater.
Na verdade, Theodor Adorno se enquadra na linha dos filósofos músicos – a mesma integrada por Nietzsche e Hans Cornelius. Daí seu currículo ser considerado à parte de outros integrantes do grupo que surgiu para estudar a nascente classe operária européia do começo do século XX. O horror enfrentado por Adorno e descrito por Wiggershaus em sua biografia a respeito da escola alemã refere-se ao holocausto advindo do nazismo. A supressão de direitos e a imposição da superioridade ariana resultaram no suicídio de seu amigo Walter Benjamin, na dissolução do centro de pesquisas de Frankfurt e na mudança do autor e músico para os Estados Unidos da América (MERQUIOR, 1969).
Antes do horror, Adorno desenvolveu sua habilidade musical em um lar adequado para a valorização da arte e da cultura de vanguarda. O pai Oskar Wiesengrund foi comerciante atacadista de vinhos e a mãe Maria Adorno figurou constantemente nos recitais da cidade como contralto profissional (WIGGERSHAUS, 1994). O estudante de piano e defensor do atonalismo costumava dizer que abraçou a filosofia e a música ao mesmo tempo. "Em vez de me decidir por uma, sempre tive a impressão de que perseguia a mesma coisa em ambas"(ADORNO, 1998).
Em meados da década de 20, o futuro filósofo da Escola de Frankfurt se mudou para Viena com intuito de aprofundar seus estudos de música ao lado dos integrantes do círculo vanguardista de Schoenberg – mentor principal do ainda hoje pouco assimilado dodecafonismo