ADN Da Distribuicao Inovacao
Retalho
11-04-2011
19:17
Page 10
Hipersuper - 14 de Abril 10 www.hipersuper.pt ADN da Distribuição
1º Gene: INOVAÇÃO
José António Rousseau,
Consultor e professor no IADE/IPAM, www.rousseau.com.pt G
ary Hammel afirmou que "o
Século XXI favorecerá a adaptação e a inovação contínua" mas, para o sector da Distribuição, o século XXI começou logo em 1906 com uma ideia de Clarence Saunders que mais tarde, em 1927, um descendente de irlandeses chamado
Michael Cullen, materializaria através da abolição daquela instituição chamada balcão, permitindo aos próprios clientes a escolha livre dos produtos que desejavam e inventando assim um sistema de compras, novo e revolucionário, designado por livre serviço.
O que é a inovação? Converter a necessidade em procura, afirmava
Peter Drucker. Parece fácil, descobrir o que as pessoas querem e dar-lhes isso. Mas às vezes esse
"isso" não é suficiente porque as pessoas ou ainda não sabem bem o que querem ou querem mais do mesmo e, essa situação, é contrária à inovação. Henry Ford apercebeu-se bem deste fenómeno quando confidenciou que se tivesse perguntado, na época, aos seus clientes o que eles queriam, teria obtido como resposta: um cavalo mais rápido!
Por isto é que as actuais técnicas de estudos de mercado podem ainda ser úteis mas dificilmente conduzirão à inovação e, só as ideias verdadeiramente disruptivas ou revolucionárias, serão capazes de mudar o paradigma das coisas instituídas. De facto, para ser criativo e gerar inovação é necessário
receber a desordem de braços abertos e perceber que a complexidade é a fonte mais confiável das oportunidades criativas.
Inovação também pode ser definida como " uma ideia bem executada". E foi isso que Michael Cullen fez há quase cem anos e é isso que as empresas de Distribuição fazem todos os dias. A Distribuição tem sabido sempre cultivar uma espécie de engenharia das experiências, aprendendo a antecipar-se às necessidades dos consumidores,