administração etapa 3
O despertar crescente dos gestores para a necessidade de respeitarem códigos de ética na sua atuação está relacionado com a percepção igualmente crescente, entre estes profissionais, de que, no longo prazo, a postura ética pode resultar em importantes vantagens competitivas decorrentes de uma imagem positiva projetada na comunidade e do aumento da satisfação e da melhoria do desempenho dos trabalhadores. No entanto, as escolhas dos gestores, perante dilemas éticos, são também influenciadas por fatores de ordem individual, não estratégico, que podem ser decisivos no processo de tomada de decisão. Mais do que nunca, a compreensão desses fatores representa um instrumento essencial de construção de uma cultura favorável ao desenvolvimento ético da sociedade, e que garanta, ao mesmo tempo, a sustentabilidade desejável dos negócios. Este estudo pretende contribuir para o debate das questões éticas na prática empresarial, por meio da proposta de um modelo teórico, apoiado em hipóteses que exploram os fatores culturais, morais e contextuais que influenciam as opções de natureza social nas organizações.
A ética, enquanto valor subjetivo da ação humana está presente num número significativo de decisões cotidianas da atividade empresarial, tendo-se tornado um dos elementos centrais da avaliação do desempenho das empresas e dos seus responsáveis. Apesar de a teoria exposta ser aplicável à generalidade das organizações, a proposta ganha especial relevância no contexto das empresas com fins lucrativos, sendo em seguida analisada para esse tipo particular de organização. Com base na revisão de literatura efetuada, propõe-se então um modelo teórico que integra os fatores individuais subjetivos – culturais e morais – que influenciam as práticas empresariais que afetam o seu desempenho social. Este modelo é centrado no papel do dirigente enquanto agente privilegiado de decisão, destacando o efeito dos valores culturais no seu desenvolvimento moral e no clima ético da