Adam smith resenha
Resenhas
V I N 4 DZ 0 p. 1916
. I . E. 0 p 3-4
SMITH, Adam. Teoria dos Sentimentos Morais. São Paulo: Martins Fontes, 1999,
457 pp.
Por Angela Ganem
Nos últimos dez anos, um crescente interesse tem se manifestado pela obra de Adam Smith e, particularmente pela leitura da Teoria dos Sentimentos Morais. Esse crescente interesse se registra não apenas pela tradução da obra em várias línguas, como também pelos inúmeros artigos escritos em torno do chamado problema Adam Smith. Das Adam
Smith Problem foi o nome dado pela escola histórica alemã à questão da relação entre a Teoria dos sentimentos morais (TSM), publicada em 1759, e a Riqueza das nações (RN), publicada em 1776. A partir desse marco, duas teses na história do pensamento econômico disputaram a verdade sobre a obra de Adam Smith, a primeira tese definindo uma ruptura na sua trajetória intelectual e, portanto, na obra, e a segunda defendendo sua unidade. A primeira leitura significa, em última análise,
Econômica, nº 4, pp. 139-146, dezembro 2000
que a TSM se vê transformada em delírio da filosofia moral ou ritual de passagem do jovem e romântico filósofo para o maduro economista da RN . Nesse quadro, teria ocorrido uma ruptura ou mudança de enfoque entre as duas obras, a segunda expressando superação ou redenção da primeira. Em ultima análise, a
Teoria de Adam Smith estaria representada na Riqueza, obra maior, única e necessária para a compreensão da contribuição do autor. No entanto, uma segunda leitura alternativa sobre a obra, o autor e o nascimento da economia se manteve resistente e profícua ao longo desses dois séculos, não aceitando a leitura reducionista da obra. Nessa perspectiva, a Teoria não seria tratada como obra do delírio, nem da imaturidade do autor, o filósofo não se transfiguraria em economista e, ao contrário, a Riqueza deveria ser
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iluminada com os escritos filosóficos da Teoria. Só assim se