Acao
Nailson de Almeida Simões
Introdução
A escola de trompete de Boston representa o que há de mais inovador e atualizado no ensino contemporâneo de trompete. Por romper com dogmas até então considerados intocáveis, costuma ser motivo de polêmica entre trompetistas do mundo inteiro. O papel do trompete sofreu grandes transformações neste século, e a escola de Boston propõe um sistema metodológico e didático em sintonia com esta evolução, respaldado por pesquisas em áreas afins do conhecimento humano. O conceito chave da escola, entretanto, não é a busca do progresso em si, mas sim de uma maneira de tocar o trompete que respeite e integre o corpo e a mente, propocionando ao músico o máximo de bem-estar pessoal combinado a um alto nível de desempenho artístico muito mais abrangente que a mera execução técnica.
De fato, as escolas tradicionais de trompete, todas originadas no século passado ou no início deste, não acompanharam o imenso desenvolvimento musical a partir de sua época: o aumento do número de integrantes da orquestra sinfônica e do tamanho das salas de concerto, associado ao repertório contemporâneo, que exige do instrumentista um alto nível de execução técnica combinado a uma grande potência sonora, teve como resultado uma mudança do papel deste instrumento em todas as formações artísticas.
Para acompanhar esta evolução, os fabricantes de trompete deste século vêm desenvolvendo pesquisas contínuas; hoje, o instrumento padrão atual tem um maior diâmetro interno, conta com o recurso das bombas de afinação ajustáveis durante a execução, além de vários tipos e tamanhos de bocais específicos para cada obra, estilo, período ou formação, bem como modelos aprimorados dos trompetes armados nas diversas tonalidades (não confundir com modelos diferentes de trompetes: antes deste instrumento tornar-se cromático, existiam tantos trompetes quanto