Abrindo os olhos dos educadores
As escolas de ensino regular recusam a matrícula e estimulam as famílias a procurarem uma escola especial. Quando isso não ocorre, os professores reagem porque não se sentem preparados ou em condições de dar assistência individualizada, principalmente nas séries iniciais. Reclamam das turmas grandes, heterogêneas e, não raro, com "alunos difíceis". além disso, não conhecem o sistema braille, não têm tempo para adaptar conteúdos ou material. Ouvimos com freqüência:
"Aqui não é lugar para ele. Não é melhor procurar uma escola de cegos? Lá ele (ou ela) vai poder estudar com seus iguais e tudo ficará mais fácil".
Atualmente, esta polêmica está cada vez mais presente no interior das escolas em decorrência dos direitos conquistados e homologados em um razoável aparato legal. (*) Mas, a legislação, por si só, embora de relevância inquestionável, não garante a mudança de postura, a materialização de recursos e o compromisso efetivo com o exercício de cidadania e a educação de qualidade para todos. A inclusão escolar das pessoas com deficiência ainda representa uma remota realidade ou simplesmente uma utopia, diante de escolas excludentes e de sociedades excludentes.