O olhar do professor
Os alunos não são iguais. Aquela idéia, de classe homogêneas, do professor chegar e falar do mesmo jeito em três turmas diferentes, ensinar a mesma coisa em três turmas diferentes, dar o mesmo trabalho em três turmas diferentes, fazer a mesma prova para três turmas diferentes, só porque eram da mesma série, isso é coisa do passado. Qualquer professor consciente, responsável, verdadeiro educador hoje, sabe que cada turma é diferente da outra, que em cada turma, cada pessoa é diferente da outra, cada um tem o seu jeito de aprender, cada um tem o seu jeito de lidar com o conhecimento, cada um traz a sua história pessoal, cada um tem as suas motivações, cada um tem as suas dificuldades e a dislexia é apenas uma, apenas uma e nada mais do que isso, uma dificuldade no meio de tantas outras. Então o olhar... o olhar do educador tem que ser como o olhar do pai, que tendo dois, quatro, ou cinco, ou dez filhos, ele sabe que cada um tem o seu jeito. Com um ele pode falar mais alto, com o outro ele tem que escolher as palavras, com um ele pode cobrar com veemência, o outro ele tem que seduzir, tem que cativar, o outro é mais agitado, o outro é mais calmo, um é mais tímido, enfim, o pai quer o melhor pra todos e nem por isso ele senta todos na cadeira e dá aulas de vida, e exige as mesmas coisas nos mesmos prazos, ele quer que todos cheguem lá, que todos sejam felizes, pessoalmente e profissionalmente...mas ele vai tratando cada um exatamente como são: únicos! Cada um de nós pode ser mais útil se aprender a olhar as pessoas através de janelas ao invés de espelhos. É só uma questão de Olhar. O autor nos instiga a não só olhar a criança, como realmente enxergá-la de uma maneira intensa. Temos que olhá-la como um todo, com o rosto, com os gestos, com a alma. Se todos nós, enxergarmos as crianças, como elas nos enxergam, as coisas do mundo pela primeira vez, não traríamos conosco, preconceito e assim tudo seria maravilhoso.
“Nossos olhos (alma) são muito mais