Abril despedaçado
O enredo do filme é a briga entre duas famílias. O fraternalismo, avingança, e as demais características fundamentam-se no sistema puramente patriarcal que não permite aos personagens ter uma identidade propria em função das tradições e costumes, principalmente familiares.
O filme conta a história de Tonho e Pacu, as personagens principais da trama, a historia de uma blusa esperando ficar amarelada. Partindo dessa metrica abre espaço para a briga entre as duas famílias. Uma realidade infelizmente comum nas zonas rurais do Brasil, presente até os dias de hoje. Nesse caso específico é uma luta pela terra, pela fazenda que já tinha sido de uma família e agora era de outra, e assim sucessivamente ao longo das gerações, sendo definidas as terras mediante a morte de cada individuo da família inimiga.
Podemos perceber a estrutura familiar, auto-suficientemente, uma estrutura que nao é concebida pela sociedade, mas sim com vida propria. No caso da formação da sociedade brasileira, a supremacia desse laço de sangue será intimamente relacionada à inexistência ou existência precária de um poder estatal, independente da família, com autoridade e força suficientes para administrar a justiça, situação agravada por nossa vasta extensão territorial. Nessas condições, uma mera ofensa pessoal, um mal-entendido, até para não falar dos casos mais graves de disputas de terra, ou ainda o envolvimento com questões políticas que podem funcionar como estopins que desencadeariam nos clãs envolvidos verdadeira guerra privada.
Os personagens estão envolto em religiosidade, tradições, códigos de honra e trabalho árduo. O dia a dia dessas pessoas é regido por sua construção sociológica. Uma família que vive e trabalha isoladamente em zona rural,