ABORTO
Geralmente, o aborto, mesmo que legal, enseja uma ideia de crime, visto que, não se leva em conta as questões sociais oriundas da problemática. Porém, para os profissionais de saúde, as representações ao aborto oscilam entre a concepção da interrupção da gravidez como um direito, em contraposição ao valor religioso que equipara o aborto ao pecado. A primeira concepção se identifica com um discurso feminista que insere o aborto no rol dos direitos humanos. Já a segunda o relaciona com a culpa e o sofrimento. Entretanto, os profissionais da área procuram encarar essa temática através de uma postura neutra e imparcial, limitando-se apenas a realizar o procedimento, já que este se inclui em seu repertório profissional.
Daí, surge a indagação: se o abortamento, mesmo que legal, gera tantos antagonismos, por que se envolver? Com base nas convicções dos profissionais de saúde, entende-se que tal envolvimento se dá por diversos motivos: a lei ampara a ação dos mesmos; o aborto insere-se em seu rol de atribuições; é despertado o desejo de ser útil e solidário com as pessoas; há, muitas vezes, a identificação com a causa feminina; existe a vivência pessoal e/ou profissional acerca do tema; além das repercussões nos