Aborto
É considerado espontâneo quando se inicia independentemente de qualquer procedimento ou mecanismo externo, geralmente devido a problemas de saúde da mulher ou do feto. É considerado provocado quando resulta da utilização de qualquer processo abortivo externo, químico ou mecânico. Este pode ter motivação voluntária ou involuntária da gestante, e ser considerado legal ou ilegal
(Sedgh G, Henshaw S, Singh S, Ahman E, Shah IH. Induced abortion: estimated rates and trends worldwide. Lancet. 2007;370(9595): 1338-45.)
A curetagem pós-abortamento representa o segundo procedimento mais realizado nas unidades de internação da rede pública de serviços de saúde, superada apenas pelos partos normais.
(Chaves JHB, Oliveira EM, Bezerra AFS, Camano L, Sun SY, Mattar R. O abortamento incompleto (provocado e espontâneo) em pacientes atendidas em Maternidade do Sistema Único de Saúde. Rev Soc Bras Clín Méd. 2011;9(3):189-94.)
Há, assim, um contexto que impõe às mulheres oportunidades desiguais de evitar uma gravidez ou de escolher seu desfecho6. São especialmente as mulheres em condições socioeconômicas menos favorecidas aquelas que se submetem aos riscos da prática do aborto realizado em condições precárias.
(Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Ciência e Tecnologia. 20 anos de pesquisas sobre aborto no Brasil. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2009.)
Estudos apontam que a realização do aborto é experiência que traz consequências físicas e emocionais ruins para as mulheres, e que a decisão de fazê-lo não é inconsequente.
(Benute GRG, Nomura RMY, Pereira PP, Lucia MCS, Zugaib M. Abortamento espontâneo e provocado: ansiedade, depressão e culpa. Rev Assoc Med Bras. 2009;55(3):322-7.)
(Grimes DA, Benson J, Singh S, Romero M, Ganatra B, Okonofua FE, et al. Unsafe abortion: the preventable pandemic.