aborto

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Este princípio encerra‑se no pre‑ ceito de fazer o bem e evitar o mal, isto é, maximizar os benefícios e minimizar os riscos potenciais. A profissão médica, teoricamente, seria a própria encarnação desse princípio em seu objetivo de aliviar a dor e de curar o doente, independente de identidades e contextos.
O exemplo clássico acha‑se na parábola do bom samaritano e na no‑ ção de próximo que ela sustenta. Pode‑se considerar como bons, em sentido geral, os fins que contribuem para o crescimento de um ser humano, ajudando‑o a conseguir sua totalidade ou sua perda menor.
Todavia, é preciso reconhecer que, no ambiente hospitalar, o desen‑ volvimento histórico da própria instituição gerou três paradigmas concorrentes: o técnico‑científico, o comercial‑empresarial e o éti‑ co‑humanitário. Embora sejam inevitáveis os conflitos resultantes da confrontação desses paradigmas, não seria demais colocar que o científico e o econômico deveriam estar a serviço do ser humano e não ao contrário (4). A organização tecnicista do espaço nosoco‑ mial, a estrutura cartesiana e positivista da assistência, o estilhaça‑ mento técnico‑operacional e os modos de produção originaram a chamada medicina de órgãos, em que se pratica certo esquartejamento científico e epistemológico do paciente, enquanto objeto, em prejuízo de uma abordagem holística. Ao tentar reduzir o mundo a equações e algoritmos, a ciência se distanciou da vida, gerando uma medicina tecnicista e informatizada, que enxerga coisas em vez de semblantes.
Recentemente, da parte da enfermagem, surgiu o critério da dor como 5º sinal vital, aliado aos de respiração, temperatura, pulso e pressão arterial, cujo registro no prontuário torna a dor mais visível e, em decorrência, mais exposta ao tratamento (5).
Em relação à dor, especificamente, o princípio da beneficência de‑ fronta‑se com três questões básicas: 1) o tratamento inadequado; 2) o descaso assistencial; e 3) a postura

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