Aborto

Traçar uma linha, escolher um ponto de desenvolvimento e dizer “antes deste ponto a coisa não é uma pessoa e depois deste ponto é uma pessoa” ,consiste em fazer uma escolha arbitrária.
O feto começa a adquirir características humanas cedo em sua vida, mas creio que o feto não é uma pessoa desde sua concepção. Ex.. um ovo recém fertilizado, um grupo de células reimplantado, não é mais uma pessoa do que uma bolota é um carvalho
Os oponentes ao aborto costumam dedicar a maior parte de seu tempo a provar que o feto é uma pessoa, e quase nenhum a explicar o passo que leva daqui à inadmissibilidade do aborto.

Não há dúvida de que a mãe tem o direito de decidir o que acontecerá em e com seu corpo; todo mundo aceitaria isto. Porém o direito à vida de uma pessoa é certamente mais forte e mais estrito do que o direito da mãe de decidir o que acontece em e com seu corpo e, portanto tem mais peso. Assim, o feto não pode ser morto; não se pode fazer um aborto
Parece plausível. Mas agora lhes peço que imaginem isto.

Um violinista famoso está morrendo e você é a única pessoa com sangue compatível capaz de salvá-lo. Assim a Sociedade dos Amantes da Música lhe sequestra e conecta seu sistema circulatório ao do violinista. Será por apenas nove meses. Se o músico for desconectado ele morre.
Você é moralmente obrigada a aceitar essa situação?
E se não fossem nove meses, mas nove anos, ou o resto da vida?

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Você tem o direito de decidir o que acontece em e com o seu corpo, mas o direito de uma pessoa à vida tem mais peso do que o seu direito de decidir o que acontece em e com o seu corpo. Assim sendo, você nunca poderá ser desconectada dele”. ---- Comentário ultrajante, pois você não foi voluntario e sim sequestrado

Será que os que se opõem ao aborto com base nos fundamentos que mencionei podem abrir uma exceção para gestações decorrentes de estupro?
A questão de se você tem direito à vida, ou de quanto desse direito você tem, não deve ativar a questão de se