Aborto
O tema do aborto é, dentre a totalidade das situações analisadas pela Bioética, aquele sobre o qual mais se tem escrito, debatido e realizado congressos científicos e discussões públicas. Isso não significa, no entanto, que tenham ocorrido avanços substanciais sobre a questão nestes últimos anos ou mesmo que se tenham alcançado alguns consensos morais democráticos, ainda que temporários, para o problema. Ao contrário. A problemática do aborto é um exemplo nítido tanto da dificuldade de se estabelecer diálogos sociais frente a posições morais distintas quanto do obstáculo em se criar um discurso acadêmico independente sobre a questão, uma vez que a paixão argumentativa é a tônica dos escritos sobre o mesmo. Para um não iniciado, a maior dificuldade ao ser apresentado à literatura relativa ao aborto é conhecer quais são os argumentos filosóficos e científicos consistentes dentre a infinidade de manipulações retóricas que visam apenas arrebatar multidões para o campo de batalha travado sobre o aborto. Nesse contexto, não é tarefa fácil apresentar um panorama dos estudos bioéticos pertinentes ao assunto. Misturam-se textos acadêmicos, políticos e religiosos, e selecionar quais os mais significativos para o debate, parece ser sempre uma tarefa injusta. E, em alguma medida, o é.
O ABORTO
O aborto é a morte de uma criança no ventre de sua mãe produzida durante qualquer momento da etapa que vai desde a fecundação até o momento prévio ao nascimento. A expressão “aborto” se caracteriza pela morte do embrião ou feto, que pode ser espontânea ou provocada.
Anomalias, infecções, choques, fatores emocionais, intoxicação e diversos fatores podem ser considerados como exemplo desse primeiro caso. Ele é caracterizado pelo término da gestação de menos de vinte semanas. Aborto provocado consiste na interrupção intencional da gestação o que neste caso envolve a presença da intenção de interromper a gestação.
Há muitas evidências relatando que antigamente o