Aborto
1.1 Considerações iniciais
Vida e morte são temas de eterna discussão, desde o início dos tempos. O ser humano, durante sua existência procura respostas a inúmeras perguntas relacionadas a esses fatos e não consegue obter uma resposta convincente, concreta, irrefutável, para eles.
Diz-se mesmo que as únicas perguntas das quais não se tem uma resposta, são: quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Deve-se acrescentar a estas, o porquê de nascermos e morrermos.
É através das religiões que buscamos certas respostas e, darmos um significado a nossa existência.
Teólogos de um modo geral consideram as religiões como mensagens de salvação.
Todas oferecem caminhos que buscam alcançar a felicidade duradoura, constante, eterna, a liberação de todo sofrimento, culpa e morte. Pautam-se na chamada regra de ouro, do não faças aos outros o que não queres que façam a ti, pois consideram a vida como sagrada, inviolável, intangível e como um dom de Deus (este último, exceto no budismo).
Existe, pois, uma preocupação pela afirmação, preservação e cultivo da vida humana, negando-se na sua existência tudo que de mal possa atingi-la.
Nos dias de hoje, com a moderna tecnociência, existe o desafio de manter a fidelidade aos escritos das religiões e o implemento das novas técnicas capazes de cuidar e defender a vida humana, através da medicina de transplantes de órgãos e células, e outras formas alternativas, que preservem e prolonguem o bem maior que é a vida, até o inevitável, que é a morte. Cada vez mais é preciso que essa morte ocorra dentro dos padrões de dignidade. A moderna tecnologia nos permite o acompanhamento da vida, em sua fase embrionária, desde a concepção até o nascimento propriamente dito. Ao longo desse acompanhamento é possível monitorar seu desenvolvimento, sua formação normal ou não, possíveis anomalias, reversíveis ou não, que poderão colocar em risco a vida da gestante e mesmo do próprio feto.
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