Aborto
Já assisti a inúmeros debates sobre a questão do aborto. E como é bem sabido, há os que se posicionam de maneira contrária como há os que são favoráveis à interrupção da gravidez. Dentre diversos argumentos, as pessoas que são favoráveis ao aborto reclamam, principalmente as mulheres, que são donas de seu próprio corpo e podem dispor deste da forma que melhor lhe convém.•
Junto a isso, há também o problema de o aborto ser considerado um problema de saúde pública. Isto significa que milhares de mulheres fazem aborto em clínicas clandestinas, colocando a sua vida em risco. As consequências destes abortos mal sucedidos são inúmeras. O serviço público acaba tendo que atender as mulheres que fizeram tais abortos por causa de seus efeitos colaterais. Gastam-se milhões com tais procedimentos. Destas mulheres uma grande parte vai a óbito.•
Aqueles que são contra o aborto reclamam o direito à vida. O nascituro não "pediu" para vir ao mundo, não é diretamente culpado nem pode pagar com a vida pelas inconsequências de seus genitores, ou pela fatalidade de um estupro. Há ainda toda uma discussão em relação a quando a vida tem seu início. Há os que defendem certo número de semanas de gestação para que haja vida. Outros dizem que a vida existe desde a concepção.•
E o debate é interminável. Também sabemos que o aborto em nosso país é considerado crime. E está tipificado em nosso Código Penal na parte dos crimes contra a vida. Inclusive tal crime é levado a júri popular. Legalizar o aborto pode torná-lo juridicamente lícito, mas será tal procedimento ético? Será que no foro íntimo de cada mulher que aborta haverá uma justificativa que não seja puramente jurídica? Como lidar com a consciência e saber se o que fizemos é certo ou errado? Ou seja, como decidir se posso ou não fazer um aborto e quais as implicações éticas em relação a ele.•
Muitos autores confundem ética com moral. Diria que confundir ética com moral é algo um tanto tosco. A ética e a moral não se