Especificidade pedagógica, pratica escolar e objetivos da educação física: reflexões a partir da Abordagem Cultural Afinal, qual é a especificidade da educação física? Qual seria essa sua prática pedagógica? Diferentes respostas a essas questões foram levantadas por cada abordagem desenvolvida durante os anos de "crise" da Educação Física. Talvez a especificidade da educação física esteja atrelada a idéia de DAÓLI (2003) que pensa a educação física como uma construção social, tal como a concepção de corpo que ela difunde entre seus profissionais. Essa reflexão se torna muito forte no momento em que é vista a partir das diferentes construções do corpo durante o período de nossa história social. O processo civilizador, apresentado por ELIAS (1990), deixa claras as transformações de uso do corpo no dia a dia da sociedade, em diferentes países, porém todos sob a influência dos costumes que se construíam na França em uma tentativa da nobreza em se manter diferente do povo. MAUSS (1974) também apresenta diferentes técnicas corporais que pode observar, desde as diferenças entre os ritmos de marcha entre os exércitos da Inglaterra e da França, até a maneira de aborígines australianos dormirem. Todos estes aspectos que fazem parte de uma constante construção cultural, particular a cada povo, onde se apresenta diferentes soluções para situações que podem ser julgadas como iguais. Ao se pensar em todas as abordagens que tentam explicar e dar conteúdo a Educação Física, dentro de suas características, parecem que não haver a devida importância a cultura corporal que está presente tanto no Professor, que intervém na escola, quando no aluno. Parece-me difícil desagregar as vivências passadas pelos professores de educação física durante os anos que também foram aluno, seja na escola ou na universidade. Como também seria errôneo desprezar as praticas corporais vivenciadas pelos alunos fora do ambiente escolar, cada um dentro de sua realidade social, dentro de suas