VIOLENCIA NO ESPORTE
Competições clandestinas e academias de luta que operam à margem de federações preocupam autoridades e esportistas. Segundo o presidente da Federação Gaúcha de Muay Thai Tradicional, Enildo Pacheco, a situação é grave. Ele atribui o problema à falta de uma legislação que conceda poderes de fiscalização às entidades federativas.
Pacheco afirma que há muitos circuitos de luta realizados sem respaldo de alguma entidade. A principal preocupação dele é com a quantidade de crianças e adolescentes que ingressam no esporte, sem consciência dos riscos.
– Isso virou um negócio lucrativo. Está cheio de academia que não é filiada a ninguém. Chega um professor, coloca um calção e vai dar aula. Temos de ensinar arte marcial, e eles estão apenas ensinando luta – critica.
No caso de Luiza, ele diz que houve um acúmulo de irregularidades, que acabaram por culminar no desfecho trágico:
– Eles colocaram a menina para lutar com pouco tempo de treino, sem proteção e contra alguém de nível muito mais elevado. Todo atleta quer combater. Cabe ao instrutor saber se ele pode.
A federação presidida por Pacheco é a única a ter feito um acordo com o MP para informar sobre as competições que promove. Conforme o promotor Júlio Almeida, responsável por fiscalizar a prática de esportes violentos, poucas são as denúncias que chegam até ele:
– Sabemos que existem muitas academias de fundo de quintal, mas parece que as pessoas que praticam esses esportes e participam dos campeonatos são coniventes, esquecendo dos