Abdome Agudo
1.1-Introdução
O termo abdome agudo é amplo e compreende inúmeras situações clínicas. Define-se como uma dor na região abdominal, não traumática, de aparecimento súbito e de intensidade variável, associada ou não a outros sintomas. Geralmente, com duração variando de horas até quatro dias, não ultrapassando sete dias. A intervenção médica imediata é necessária, sendo cirúrgica ou não. A síndrome da dor abdominal aguda é responsável por um grande número de visitas hospitalares e pode acometer os pacientes mais jovens, os mais idosos, de ambos os sexos e de todos os grupos socioeconômicos. Os pacientes com dor abdominal aguda devem ser avaliados através da anamnese, do exame físico, dos exames laboratoriais e exames de imagem. As metas primárias no manejo do paciente com abdome agudo são: estabelecer um diagnóstico diferencial e planejar a confirmação diagnóstica, determinar se uma intervenção cirúrgica será necessária, e preparar o paciente para a operação de forma a minimizar a morbidade e mortalidade.
1.2- Fisiopatologia da Dor
A anatomia do desenvolvimento da cavidade abdominal e de suas vísceras determina a sua estrutura normal e influencia na patogênese e nas manifestações clínicas da maioria das doenças abdominais. Cada órgão tem seu suprimento vascular e suas fibras aferentes que fornecem inervação à ela e ao peritônio visceral associado. O estímulo do peritônio visceral, então, poderá ser sentido em diferentes regiões, como: epigástrica, periumbilical, suprapúbica, entre outras.
O peritônio parietal ricamente inervado é particularmente sensível. A superfície do peritônio parietal localiza com precisão o estímulo doloroso no sítio estimulado. Sendo assim, quando a inflamação visceral atinge a superfície parietal, ocorre a localização precisa da dor. Por exemplo, a dor da apendicite aguda se origina como uma dor periumbilical de localização imprecisa, que evolui para uma dor aguda localizada na fossa ilíaca direita,