AA Filosofia
1. Compare e diferencie a noção aristotélica de virtude da noção platônica de virtude. Aristóteles faz uma divisão entre virtude moral e virtude intelectual, onde esta se refere à sabedoria e à prudência, e aquela se refere aos instintos e à sensibilidade; e ambas existem dentro do homem, que deve exercê-las, de forma harmônica e mediana, onde o intelecto deve moderar as virtudes morais. Para este filósofo, existem na alma do homem três funções distintas: instintiva, sensitiva e intelectiva, e todas se complementam para tornar o homem virtuoso. Neste caso, a virtude é alcançada quando o homem educa-se, e controla os sentimentos e instintos pela razão, sem deixar de exercer nenhuma destas atividades da alma. Para chegar a este controle, é necessária a prática das ações, o hábito, pois o homem não nasce virtuoso, mas tem capacidade para sê-lo.
Já para Platão, a virtude do homem baseia-se nas divisões de sua alma: apetite, paixão e razão, cada qual com suas funções. Quando um homem pratica com excelência uma destas funções da alma, torna-se virtuoso, encaixando-se perfeitamente em uma das três classes da polis (trabalhadores, guerreiros e governantes), construindo uma sociedade justa. Logo, não existe harmonia das funções dentro do homem, mas domínio de uma delas, a qual determinará o lugar do homem na sociedade. A virtude platônica é alcançada somente através de reflexão filosófica, voltando-se para dentro de si.
2. O que significa o “finalismo” na ética aristotélica?
O finalismo da ética aristotélica é o fim buscado pelo ser humano, o que se deseja alcançar. E o maior bem, o fim supremo do homem, é a sua realização: a felicidade.
Para Aristóteles a essência da vida humana consiste na felicidade, que é desejada e alcançada por sua natureza racional. Sendo função própria do homem o pensar – o que o distingue das outras formas de vida -, esta é a atividade que lhe trará a felicidade