50 anos do golpe militar
O governo de João Goulart foi caracterizado pelo grande espaço dado às manifestações sociais, estudantis e populares. O perfil de Jango logo preocupou as elites, que temiam uma alteração social que ameaçasse seu poder econômico. Entre as medidas adotadas para enfraquecer o então presidente está a adoção do parlamentarismo, que, em 1961 e 1962, atribuiu funções do Executivo ao Congresso, dominado na época por representantes das elites. O regime presidencialista foi restabelecido em 1963 após um plebiscito.
A crise econômica e a instabilidade política se propagavam no país. Jango propôs, então, reformas constitucionais que aceleraram a reação das elites, criando as condições para o golpe. O estopim aconteceu em março de 1964, quando Jango, após um discurso inflamado no Rio de Janeiro, determinou a reforma agrária e a nacionalização das refinarias estrangeiras de petróleo.
O golpe militar afastou João Goulart da presidência da República, substituindo-o pelo comando militar do General Costa e Silva, do Brigadeiro Francisco de Assis Correia de Melo e do vice-almirante Augusto Hamann. A parti r desse momento, os militares passaram a agir com o intuito de desmobilizar toda e qualquer oposição ao regime. As organizações trabalhistas, os políticos e os jornalistas de oposição e os estudantes estiveram entre os alvos da repressão.
A ditadura militar foi marcada pela falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, perseguição à política e repressão a todos que se opunham ao regime militar, censura aos meios de comunicação e aos artistas e pelo “milagre econômico”, que foi um forte crescimento da economia entre os anos de 1969 e 1973 com altos níveis de investimento em