4 poder
Por Roberto Saraiva
Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina
Um ex-segurança de museu retorna ao seu antigo local de trabalho para uma conversinha séria com sua ex-chefe. Nada de mais, não fosse o fato de que o sujeito, Sam Baily, interpretado por um gordo John Travolta, carrega na sacola uma espingarda e quilos de dinamite. Adicione àestória história um punhado de crianças de uma escola primária e um jornalista decadente sedento por prestígio e fama e a combinação começa a ficar interessante.
Foi o que fez o veterano diretor grego Costa-Gravas no filme “Quarto Poder” (Mad City). O papel do jornalista Max Brackett ficou a cargo de Dustin Hoffman, que já tinha passado pela experiência de interpretar um profissional da notícia em “Todos os Homens do Presidente”, de 1976.
Max já foi a grande estrela da emissora de televisão para a qual trabalha, mas caiu no ostracismo de uma filial interiorana por se recusar a dar, ao vivo, detalhes escatológicos sobre um acidente que cobriu. Depois de ser dispensado de uma cobertura sobre corrupção, o repórter sai para uma rápida e inofensiva matéria sobre a falta de verbas do museu da cidade.
Mas eis que o desempregado e perigoso Sam Bailey aparece e Brackett vira seu refém, juntamente com diversas crianças, uma funcionária e Mrs. Banks (Blythe Danner), a manda-chuva do lugar. O jornalista consegue, do banheiro, ligar para sua jovem e volúvel operadora de câmera e entra ao vivo, só com o som do telefone, dando conta do que está acontecendo no museu.
O sequestrador não é nada inteligente e, por desatenção, acaba ferindo gravemente o seu ex-companheiro de vigilância, que por sinal é negro. Numa brilhante cena, o repórter repreende a assistente por socorrer o homem ferido, em vez de filmar sua agonia. O circo está armado, o povo se aglomera na fachada, pais revoltados, pessoas acusando o antigo segurança de racismo.
Max passa a relatar a história com exclusividade, chegando, em muitos