Bertrand de Jouvenel - O Poder Cap. Um e 4
Capitulo IV: As origens mágicas do poder O Poder, para ser conhecido, é necessário saber qual foi sua primeira característica e como obteve obediência. Historiadores e antropólogos não conseguem achar os vestígios das antigas sociedades, de seus governos, apenas da maneira como viviam. A partir de Darwin deu-se a ideia de sociedade primitiva (Spencer) que era usada como base para explicar todas as sociedades civilizadas, procurando nelas estágios de desenvolvimento em comum. Porém essa ideia foi se perdendo com o surgimento de novas pesquisas, e a ideia de que existiam grupos de humanos diferentes e que se desenvolveram diferentemente foi sendo mais aceita. A concepção clássica: a autoridade política originada da autoridade paterna “A família é a sociedade natural” afirma Aristóteles, e entre outros autores, nenhum duvidava que realmente a família tenha sido a primeira forma de organização social. Em sociedades patriarcais a figura do pai que exerce a função de autoridade. Por tanto em uma colônia de famílias, é natural que o pai mais velhos seja o lider, ou seja, em uma “família das famílias” é presidida pelo “pai dos pais” A era iroquesa: a negação do patriarcado Por volta de 1860, juntamente com o abalo das teorias de Darwin, a concepção de sociedade patriarcal deixa de ter seu valor, pois um etnólogo americano que viveu com os iroqueses constatou que a sociedade era, primordialmente, liderada por mulheres. A partir dai, com novas pesquisas, começa-se a perceber que existem varias sociedades que fogem aos moldes da sociedade patriarcal. Por tanto não se pode mais afirmar que o ponto de partida do Governo foi a sociedade patriarcal. Essa nova descoberta abriu espaço para que surgissem novas teorias sobre a origem do poder. A era australiana: a autoridade mágica Em 1870, McLennan observa que grupos primitivos sempre cultuavam algo (planta ou animal) que ele denominou de