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Nivia G. Zumpano
Ricardo Goldemberg
INTRODUÇÃO
Desde aproximadamente o início do período renascentista até hoje em dia, a música ocidental tem se baseado principalmente em escalas diatônicas de sete notas e doze semitons cromáticos. Mas este tipo de configuração apresenta uma peculiaridade com relação à afinação: é impossível obter-se todos os intervalos perfeitamente ajustados.
Historicamente, este fenômeno ganhou importância a partir do momento em que os instrumentos de afinação fixa como órgãos e cravos (e posteriormente o piano) passaram a ser mais utilizados. Mas também afeta os demais instrumentos, caso sejam utilizados juntamente com algum tipo de teclado.
Consequentemente, a partir de certo momento histórico tornou-se imprescindível encontrar uma solução para a questão. Com isso, surgiram diversas propostas de afinação e temperamento por parte dos estudiosos do assunto.
Assim, o presente trabalho tem como objetivo apresentar um estudo sobre as afinações e temperamentos em geral, partindo dos conceitos fundamentais relacionados ao tema.
Para tanto, procurou-se utilizar uma linguagem simples e acessível, evitando-se as questões matemáticas mais complexas, tendo em vista facilitar sua compreensão por parte dos estudantes de música e musicistas em geral que buscam um primeiro contato com o assunto.
[www.sonora.iar.unicamp.br] [Vol.2, Nº 4 (2)]
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Desta forma, na Seção 1 são revisados os conceitos fundamentais relacionados ao tema; na Seção 2, apresenta-se uma distinção entre afinação e temperamento, além de sua classificação; na Seção 3, os temperamentos são contextualizados historicamente; por fim, a
Seção 4 traz os comentários finais.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
A série harmônica, em Física, corresponde ao conjunto de ondas formado por uma freqüência fundamental (f) e todos os múltiplos inteiros desta freqüência (2f, 3f,...), e resulta da vibração de qualquer sistema oscilante em movimento