2 SERIE GEOGRAFIA
1) Vinte e sete dias por ano preso em um congestionamento? Pois esta é a média de dias que a população da cidade de São Paulo perde por ano em congestionamentos diários de 2 horas e 42 minutos. O tema não sai dos noticiários, nem das rodas de conversas entre paulistanos. E, assim, constitui-se uma espécie de percepção pública da crise de mobilidade na cidade como “problema de trânsito”. Será?
A ideia de que nosso problema principal é o “congestionamento” oculta diferenças significativas nas dimensões e significados políticos da crise. Quero crer que nossa crise principal não é de trânsito, e sim do sistema geral de mobilidade da cidade, o que inclui o transporte coletivo e os chamados modos não motorizados, como os deslocamentos a pé e por bicicleta.
Sendo assim, não por acaso o tema da mobilidade se apresenta como “congestionamento”: esta visão expressa a captura da política de circulação pelas intervenções na ampliação física e modernização da gestão do sistema viário, em detrimento da ampliação e modernização dos transportes coletivos. Mais alargamento de avenidas, mais túneis e viadutos, mais zona azul, mais radares e lombadas eletrônicas… e nada de um modelo de transporte coletivo integrado, confortável e barato.
Disponível em: <http://raquelrolnik.wordpress.com/2011/03/17/imobilidade-na-cidade-de-sao-paulo-o-problema-e-o-falso-problema/. Acesso em: 24 set. 2011. Adaptado.
a) Por que prevalece a ampliação física e modernização da gestão do sistema viário, em detrimento da ampliação e modernização dos transportes coletivos?
De acordo com um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nos últimos 15 anos, aumentou o transporte individual motorizado no Brasil, enquanto houve uma redução no uso do transporte coletivo, o que, do ponto de vista da eficiência energética e ambiental, é uma tendência bastante preocupante.
Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/comunicado/110922_comunicadoipea113.pdf>.