2 PARTE TRABALHO DE ADEMIR

5- Pike faz seis críticas a este conceito tradicional da atemporalidade de Deus. Primeiramente, a atemporalidade eliminaria a presciência de Deus. A Bíblia apresenta Deus como quem tem presciência do futuro (ver Rm 8:29; 1 Pe 1:2). Não há, porém, qualquer futuro para um Deus atemporal; já vê tudo num agora único e eterno. Logo, se é ue devamos aceitar o conceito bíblico de Deus, então devemos rejeitar o conceito grego de Deus como atemporal, conceito este que foi incorporado na teologia cristã por teístas tradicionais tais como Agostinho, Anselmo e Aquino.
1.1 Em segundo lugar, conforme Pike, a doutrina tradicional da atemporalidade de Deus está em conflito com a doutrina da Criação. Isto porque um Deus atemporal não pode agir no tempo, mas somente na eternidade. Mas a Bíblia apresenta este mundo como sendo uma criação dentro do tempo, ou seja, como um mundo temporal com um início no tempo. Logo, um Deus atemporal não poderia criar um mundo temporal. Mais uma vez, parece que a influencia da filosofia grega por via da teologia escolástica corrompeu o conceito de Deus como sendo temporal e mutável.
1.2 A terceira acusação que Pike faz contra o conceito de um Deus atemporal é que eliminaria Sua personalidade. Pois, o que não pode corresponder de modo intelectual, emocional e volitivo a pessoas é menos do que pessoal num sentido relevante. Ter personalidade é corresponder assim, pois. Mas é precisamente isto que um Ser atemporal não pode fazer. A atemporalidade, pois, dá a entender a imutabilidade, e um Ser imutável não pode mudar de opinião, de sentimentos ou de vontade. Na realidade, não pode mudar de qualquer maneira que seja. Mas um Ser inamovível, imutável, impassível que não pode ser tocado com os sentimentos das nossas enfermidades humanas é certamente menos do que relevantemente pessoal.
1.3 O quarto problema que Pike vê na noção tradicional de um Deus atemporal é aquele de ser adorável. Pareceria que um Deus supremo, porém temporal, que pudesse responder às