18 Brumario de Luis Bonaparte
Karl Marx
A ironia de Marx está presente até no título do livro. Anos antes de se tornar imperador, o primeiro Napoleão também havia dado um golpe de Estado, em 9 de novembro de 1799, com o qual se tornou cônsul da França. No curioso calendário que o país havia adotado após a revolução de 1789, essa data correspondia ao dia 18 do mês de brumário. Ao chamar a obra de O 18 Brumário de Luís Bonaparte, Marx indica que o golpe dado por Napoleão III era apenas uma cópia daquele que fora dado antes por seu célebre tio.
Apesar de ter ficado famosa, essa forma de olhar para as “coincidências” históricas, em que a nova versão se transforma em caricatura, não é a idéia principal de Marx no texto. O que ele fez de mais revolucionário foi perceber, analisando aqueles fatos que haviam acabado de acontecer, que “os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado”. Ou seja: apesar de serem atores da história, as pessoas só são capazes de agir nos limites que a realidade impõe.
Capítulo II Napoleão quebra o poder quase ditatorial da burguesia, se elege com seu Ministério, o Partido da Ordem, e desintegra a Assembleia. A Constituição, apesar de defender a liberdade, deixava um espaço para emendas que sempre restringiam a liberdade.
Capítulo III O 1° período, chamado também de 1ª República, seguiu com o domínio constitucionalista, os girondinos e jacobinos se assassinando na guilhotina e o partido proletário como um apêndice do partido pequeno-burguês (classe média, e pequena burguesia em geral) e sendo traído por este partido. As eleições gerais asseguraram uma grande maioria do Partido da Ordem na Assembleia Nacional. As eleições gerais ficaram assim: Napoleão III (Luís Bonaparte) tinha uma representação escassa para formar um partido, os conservadores ficaram reduzidos a alguns votos