1. Práticas e Instrumentos de tortura da Ditadura Militar Brasileira
Agindo contra a Declaração Universal de Direitos Humanos, que proíbe qualquer tipo de tortura, tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante, o Regime Militar, durante vinte anos, manteve seus aparatos repressivos rotineiros nos interrogatórios sobre atividades de oposição ao Estado. Tais práticas, utilizadas pelos carrascos da ditadura, não matavam, porém acarretavam diversos danos irreparáveis ao psicológico das vítimas, tendo em vista que as lembranças do sofrimento jamais serão apagadas da memória de quem o viveu. E a dimensão das sequelas deixadas pela tortura era tamanha, tanto que muitos dos presos desejaram-se levar pela morte para se livrar delas. Como exemplo, o Frei Tito de Alencar Lima que escapou da morte uma tentativa de suicídio na prisão em 1970, porém enforcou-se anos depois, enquanto exilado, por não suportar as lembranças ainda vivas das brutalidades sofridas. A seguir, encontram-se os métodos mais conhecidos de tortura utilizados durante o Regime:
1.1. Pau-de-Arara
O Pau-de-Arara consistia em uma barra de ferro, apoiada entre duas mesas, atravessada entre a dobra dos joelhos e as mãos algemadas, deixando o indivíduo com o corpo torturado a, aproximadamente, 30 centímetros do chão. Tal método, dificilmente, era utilizado de forma isolada, sendo complementado com eletrochoques, palmatória e o afogamento.
1.2. O choque elétrico
Uma das mais cruéis práticas de tortura, e consequentemente a mais utilizada, era efetuada com o telefone de campanha do exército, que possuía dois fios longos ligados ao corpo nu, mais especificamente nas partes íntimas, ouvidos, dentes, língua e dedos. A vítima recebia descargas elétricas constantes ao ponto de tombar ao chão.
1.3. Pimentinha e dobradores de tensão
Caixa de madeira, com um imã permanente no seu interior, no campo em que girava um rotor combinado, com uma escova recolhendo a corrente elétrica em contato com os terminais,