1 INTRODUÇÃO
A discussão sobre o trabalho docente nas escolas, a especificidade dos saberes que o constituem e a necessidade de revalorização dessa profissão como desafio e perspectiva para pensá-la, vem ocorrendo em fóruns os mais diversos, penetrando o universo escolar e o acadêmico também de modos diferenciados.
A iniciação na docência tem se revelado como uma etapa importante no processo de aprender a ser professor. Diante de uma realidade complexa, o professor se desestrutura, pensa em desistir da profissão, duvida da sua competência e da importância da formação inicial. Para aqueles que permanecem, é uma fase que contribui de maneira singular para uma determinada forma de ser professor.
Nas últimas décadas a formação de professores para atuação na Educação Básica tem sido objeto de estudo, havendo ampliação desse campo de discussão e sendo reveladas diferentes concepções sobre essa formação. Estudos enfatizam o processo de aprendizagem profissional da docência e seus saberes, tendo como foco principal a figura do professor.
Esses estudos articulam-se em torno dos processos de aprender a ensinar e estão abrigados sob a denominação do Paradigma do Pensamento do Professor (MARCELO, 1998), valorizando a prática como espaço de reflexão e construção de saberes e compreendendo a aprendizagem profissional da docência como um processo que ocorre ao longo da carreira (IMBERNÓN, 2000; MIZUKAMI, 1996; NÓVOA, 1992 e 1995; SCHÖN, 1992; TARDIF, 2000; TARDIF & RAYMOND, 2000; entre outros).
A profissionalização docente ocorre num processo contínuo e abarca experiências e saberes diversos, que vão garantindo ao professor o domínio do trabalho e de si mesmo (TARDIF, 2000). Compreendemos que a formação inicial é um suporte fundamental para o desenvolvimento profissional. Na perspectiva da formação como processo, o caráter conclusivo ainda atribuído a essa etapa formativa não tem mais lugar. Imbernón (2000) considera que a formação inicial, como tem ocorrido, não oferece