1 Atividade Em Sala
Curso de Psicologia
Prof. Me. Altair de Souza Carneiro
Disciplina: Leitura e Interpretação de Texto
Nome:....................................................................................................... R.A................. Valor – 1.0
A leitura dos jornais nos torna estúpidos? – RUBEM ALVES
O nome não me era estranho. Eu já o vira de relance em algum jornal ou revista. Mas não me interessei. Aquele nome, para mim, não passava de um bolso vazio. Eu não tinha a menor ideia do que havia dentro dele. Sou seletivo em minhas leituras. Leio gastronomicamente. Diante de jornais e revistas eu me comporto da mesma forma como diante de uma mesa de bufê: provo, rejeito muito, escolho poucas coisas. Concordo com Zaratustra: "Mastigar e digerir tudo, essa é uma maneira suína." Aquele bolso devia estar cheio de coisas dignas de serem comidas, caso contrário não teria sido oferecido como banquete nas páginas amarelas de "Veja". Mas eu não comi. Aí um amigo me enviou por e-mail cópia de uma crônica do Arnaldo Jabor, a propósito do dito nome. Crônica que li e de que gostei: sou amante de pimentas e jilós.Senti-me parecido com o Mr. Gardner, do filme "Muito Além do Jardim", com Peter Sellers. Mr. Gardner jamais lia jornais e revistas. Fui então até minha secretária e lhe perguntei, envergonhado, temeroso de que ela tivesse visto o dito filme e me identificasse com o Mr. Gardner. "Natália, quem é Adriane Galisteu?" Esse era o nome do bolso vazio. Ela deu uma risadinha e me explicou. À medida em que ela explicava, as coisas que eu havia lido começavam a fazer sentido e eu me lembrei de uma história que minha mãe contava: uma princesinha linda que, quando falava, de sua boca saltavam rãs, sapos, minhocas, cobras e lagartos... Terminada a explicação, fiquei feliz por não ter lido. Lembrei-me de Schopenhauer: "No que se refere a nossas leituras, a arte de não ler é sumamente importante. Essa