00 Trabalho Caso Zara
CURSO ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
ALESSANDRA RODRIGUES
ERALDO MONTEIRO
LEANDRO BARROS
LEEJAKSON CAMPOS
MILLENA ANDRADE DE SOUZA
ESTUDO DO CASO ZARA
Recife, 2014
Caso: Boicote à Zara
Uma equipe de fiscalização do Ministério do Trabalho encontrou, em 2011, uma casa na Zona Norte de São Paulo onde 16 pessoas, sendo 15 bolivianos, viviam e trabalhavam em condições de semi-escravidão. Eles produziam peças para a uma empresa fornecedora da marca de roupas Zara, que faz parte do grupo espanhol Inditex. Os trabalhadores enfrentavam uma jornada de trabalho de mais de 16 horas por dia em uma casa, onde também viviam. A remuneração paga pela empresa a cada um dos funcionários não era condizente com o tempo de trabalho, e eles tampouco tinham carteira assinada. "Não havia salário fixo", afirmou a costureira Maria Susicleia Assis, diretora do Sindicato das Costureiras de São Paulo e Osasco. "Além disso, muitas vezes eles chegavam a trabalhar 20 horas por dia".
Foram identificadas pelo MTE cerca de 35 oficinas que apresentavam possibilidade de ter trabalho escravo, realizado por bolivianos (portanto com indício de tráfico), produzindo roupas da marca Zara. Até o momento, quatro foram fiscalizadas. A rede não é a primeira a ser flagrada com a presença de trabalho irregular em sua cadeia. Uma oficina que prestava serviço para a Argonaut – uma das marcas de roupas da linha jovem da rede Pernambucanas – foi flagrada com bolivianos que trabalhavam mais de 60 horas semanais para receber 400 reais. Um dos trabalhadores confirmou que só conseguia sair da casa com a autorização do dono da oficina, concedida apenas em casos urgentes, como quando levou seu filho ao médico.
As vítimas libertadas pela fiscalização foram aliciadas na Bolívia e no Peru. Durante a operação, auditores fiscais apreenderam dois cadernos com anotações referentes à "passagem" e a "documentos", além de "vales" que faziam com que o empregado aumentasse ainda