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MACABÉA: UM MITO NA GRANDE CIDADE Em seu ensaio O Mito da Megalópole na Literatura Brasileira, Bárbara Freitag expõe as suas considerações sobre a questão da “megalopolização” das cidades, que ocasionou radicais processos de transformação da vida humana, refletidas nos modernos espaços urbanos. Para realizar essa análise, faz uso de três romances de autores brasileiros: Não Verás País Nenhum, de Inácio Loyola de Brandão; Samba-Enredo, de João Almino; e A Hora da Estrela, de Clarice Lispector, abordando, respectivamente, as cidades de São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Ao analisar esses romances, diferencia o mito da megalópole do mito na megalópole. O mito na megalópole seriam os personagens que se transformam em mitos nas grandes cidades. O mito da megalópole seria a própria cidade, que se configura um personagem fundamental nos romances e atua sobre o comportamento dos outros personagens. A sua “ação” passa a assumir um caráter mítico. Mostra também como o mito da megalópole devora o mito na megalópole. Na era da megalópole o indivíduo não tem vez, é emudecido por uma cidade que não o enxerga nem o escuta. De pronto, já está fadado à morte. Em A Hora da Estrela, o mito na megalópole seria a personagem principal do romance, Macabéa, e o mito da megalópole seria a cidade do Rio de Janeiro. Macabéa é devorada pelo Rio de Janeiro, cuja relação entre os dois se desfecha no infernal trânsito carioca, quando é atropelada. Nesse romance, Rodrigo S.M., narrador onisciente

partir de Louis Wirth Louis Wirth (1897-1952) nasceu na Alemanha, mas fez seus estudos nos Estados Unidos, na Universidade de Chicago. Formado pela primeira geração dessa escola, tornar-se-ia mais tarde um de seus mais importantes professores. Suas principais obras são O gueto, publicado em 1928, e o texto aqui apresentado, “O urbanismo como modo de vida”. Publicado originalmente no American Journal of Sociology, teve tradução para o português no livro O fenômeno urbano,…

ATENAS, 1931. CARVALHO, José dos Santos. Tombamento. In: Manual de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1997. CAVALCANTI, Lauro. Modernistas, arquitetura e patrimônio. In: D’Araújo, Mª Celina (org.). As instituições brasileiras na Era Vargas. Rio de Janeiro: Ed. UERJ/FGV, 1999. CHOAY, Françoise. A Alegoria do Patrimônio. São Paulo: Unesp, 2001. GORBERG, Samuel – FRIDMAN, Sergio A. Mercados no Rio de Janeiro 1834 - 1962. Rio de Janeiro: S. Gorberg, 2003. …

portanto, interno” (CANDIDO, 1985). Isto não significa dizer que os aspectos sociais sejam secundários, mas sim que a abordagem literária tem suas características que devem ser, portanto, respeitadas. Caso contrário, estaremos fazendo apenas uma abordagem sociológica utilizando a obra como um pretexto para ilustrar a nossa teoria. Sendo assim, devemos entender então o fator social como parte da estrutura do texto “como fator da própria construção artística, estudado no nível explicativo…

PERIFERIA – Volume 1. Número 1. ADAIR ROCHA Observações Periféricas Resumo: O confronto do glossário urbano periférico com a concepção moderna e contemporânea de cidade é o escopo deste trabalho. Tomando a cidade/ capital/ metrópole do Rio de Janeiro como referência, há um tratamento singular para a relação periferia-centro, em razão da proximidade das desigualdades e, portanto, do conflito. De outro lado, há a possibilidade transformadora da afirmação da diferença quando a cultura…

Editora Vozes, Petrópolis/ RJ, 1989. ENGELS, Friedrich. Do socialismo utópico ao socialismo científico. Editora Moraes, São Paulo, s/d. MARX, Karl. O Capital – Livro 1 parte 1: o Processo de produção do Capital. Editora Civilização Brasileira, 1998. Max Weber e a sociologia compreensiva 22/06/2015 e 29/06/2015 WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. Livraria Pioneira Editora, 6o edição, São Paulo, 1989. COHN, Gabriel. Max Weber: a “objetividade” do…

MANA 17(1): 161-185, 2011 Antropologia Urbana: interdisciplinaridade e fronteiras do conhecimento Gilberto Velho Nesta etapa avançada de minha carreira, por várias ocasiões, ora prestando depoimentos, dando entrevistas, ora em conferências e aulas, tenho tido oportunidade de fazer comentários e apresentar reflexões em torno do que entendo sobre o trabalho antropológico classificado como Antropologia urbana. É preciso deixar claro que não tenho a intenção de definir, de modo acabado ou…

HALFELD, UMA ANALISE PRELIMINAR DESTE ESPAÇO PÚBLICO ATRAVEZ DA DISCUSSÃO DA PAISAGEM NATURAL-CULTURAL, UM ESTUDO DE CASO DA CIDADE DE JUIZ DE FORA – MG Daiane Evangelista de Oliveira¹ RESUMO: A necessidade de se estudar as paisagens existentes nos centros urbanos e a compreensão de uma visão integradora dos conjuntos de elementos que formam o espaço construído das cidades vem à muito tempo sendo discutida, e acabam por ocasionar um novo modo de se pensar a vida urbana. A algum…

Conhecer os principais fundadores do pensamento sociológico. Distinguir elementos fundamentais da compreensão sociológica. Apreender relações entre lazer, turismo e modernidade. Abordar estudos sociológicos do lazer. Reconhecer relevantes implicações espaciais e sócio-culturais do Turismo. MÉTODO DE ESTUDO Para melhor atender aos objetivos acima propostos, esta disciplina foi estruturada em 20 (vinte) aulas que seguem uma seqüência de estudos para facilitar o entendimento dos…

inovação na arte brasileira. A crítica visava, sobretudo, ao estado das artes brasileiras, sufocadas por modelos europeus ultrapassados e não adaptados à realidade nacional. Mais do que uma unidade de novos conceitos, o que os artistas propunham era uma derrubada dos velhos paradigmas estéticos, então encabeçados por parnasianos e simbolistas. Como dissera Oswald de Andrade “não sabemos o que queremos, sabemos o que não queremos” (Cf. SOUZA, 1977, p. 253). Em termos gerais, a…