Orçamento Participativo

estritamente liberal da cidadania, acompanhada de uma forma de representação limitada e excludente (FEDOZZI, 1999, p.35). Tais direitos representam a permissão ao indivíduo de participar da construção dos organismos públicos através do direito de voto e de elegibilidade. Sobre este modelo de cidadania representativa ou indireta, Andrade comenta, Desta forma o conceito de cidadania, que é um elemento constitutivo de tal cultura, é tributário de suas matrizes e, em especial, do liberalismo, razão pela qual a cidadania é concebida (tal como nesta matriz) como o direito à representação política e o cidadão definido com o indivíduo nacional titular de direitos eleitorais (votar e ser votado) e do direito de exercer cargos públicos. Tal conceito vincula-se, por sua vez, a um modelo específico de democracia, fazendo com que a cidadania seja dependente e inexista fora de seu interior. Trata-se da democracia representativa ou indireta, originada da mesma matriz liberal. (ANDRADE, 1988, p.125) Minghelli (2005) explica ainda que a cidadania não é algo permanente, mas sim momentânea. Isso porque ela surge apenas no período eleitoral, exercida por meio do voto, na qual se buscam basicamente interesses privados. Eleitos seus representante, o cidadão depara-se com o espaço público fechado, deixando o destino da coletividade nas mãos dos escolhidos, restringindo-se a partir daí ao seu espaço privado, até que se apresente um novo período eleitoral. Todo esse discurso liberal assumiu…