Resenha comparativa Ilmar Mattos, Raimundo Faoro e José Murilo Carvalho

características nos permitem a extrair de forma melhor uma compreensão da política externa empregada pelo Brasil enquanto nação independente. A fim de explorar e compreender as bases da estrutura de classes brasileira da época e sua influência no modelo político que se constituiu durante o período do Estado Imperial, a presente resenha utiliza como base as abordagens de três autores: Raymundo Faoro (2001), José Murilo de Carvalho (2010) e Ilmar R. de Mattos (1987). Raymundo Faoro: Os Donos do Poder (2001) Segundo Raymundo Faoro, a emancipação de Portugal e a subida de Dom Pedro ao trono, embora tenha aberto espaço para uma reorganização política e para diversas propostas acerca dessa, não significou uma quebra com os modelos burocráticos portugueses. Porém a independência também abriu espaço para a atuação de grupos liberais que não concordavam com a ideia de manter um regime absolutista. Em oposição a eles estavam os conservadores que defendiam o soberano, e entre os dois grupos se encontrava uma vertente de conciliação liderada pelo auxiliar de gabinete imperial, José Bonifácio (FAORO, 2001, p. 320). Essa configuração política refletia bem o patronalismo brasileiro originário da decadência da classe proprietária de terras e da burguesia mercantil e patriarcal com pretensões aristocráticas, formado basicamente por políticos civis e por oficiais militares do Exército em formação, constituída principalmente por bacharéis, médicos e clérigos, e que queria ganhar…

1 Referência bibliográfica O objeto de análise descritiva e crítica é o capítulo ll da obra de Ilmar Rohloff de Mattos O tempo Saquarema e a formação do Estado Imperial. 2 Apresentação do autor e da obra Ilmar Rohloff de Mattos é um historiador especialista em história do Brasil com ênfase na história social. O livro foi o resultado da tese de doutorado de Ilmar Rohloff de Mattos, que foi apresentada ao Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e…

convergentes nos processos históricos relacionados ao Manifesto. Como ponto de partida, propomos a definição um pouco mais cuidados do termo elite. Para esta tarefa recorremos ao livro A Construção de Ordem de José Murilo de Carvalho. O autor, além de possuir várias obras sobre o período tratado nesta monografia, dedica o primeiro capítulo a conceituação e contextualização histórica da elite imperial brasileira. A obra é dividida em duas partes : A CONSTRUÇÃO DA ORDEM E TEATRO DE…

historiographical debate on the construction of the Imperial State of Brazil during the Second Empire. Palavras-chave Estado, classe senhorial, intelectual orgânico, elite estadista Keywords State, planter class, organic intellectual, elite-statesman Almanack. Guarulhos, n.04, p.46-52, 2º semestre de 2012 fórum 46 1 GRAMSCI, Antonio. Maquiavel, a política e o Estado Moderno. Tradução de Luiz Mario Gazzeano. 5ª edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1985;…

destaque que a análise de suas obras permita deduzir uma teoria mais ampla sobre o mesmo, de Gramsci, cf. a bibliografia citada ao longo do deste capítulo. Quanto aos demais autores que se debruçaram sobre a problemática do Estado, cf. entre os mais importantes, Lênin, Althusser, Nico Poulantzas, etc 2 Exemplar nesse sentido foi o chamado debate “Dobb e Sweezy” sobre o caráter e os motivos da Transição do Feudalismo para o Capitalismo onde vários estudiosos latino-americanos e…

O Tempo Saquarema: Dialética entre um grupo e a formação de um Estado O livro foi o resultado da tese de doutorado de Ilmar Rohloff de Mattos, que foi apresentada ao Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, em 1985. No ano seguinte recebeu o Prêmio Literário Nacional, na categoria obras inéditas, do Instituto Nacional do Livro. Atualmente é professor de graduação e pós-graduação da PUC - Rio. Na apresentação,…

Brasileira, 2009. GRINBERG, Keila & SALLES, Ricardo (orgs.). O Brasil Imperial, vol.III (1870-1889). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009. GUIMARÃES, Manoel Luis Salgado. Nação e Civilização nos Trópicos: o Instituto Histórico Geográfico Brasileiro e o projeto de uma história nacional. Revista Estudos Históricos, vol. 1, n. 1, 1988. pp. 5-27. HOLANDA, Sérgio Buarque de. Capítulos de história do império. São Paulo, Companhia das Letras, 2010. MAXWELL, Kennet. "Por que o…

Paulo: Brasiliense, 1985. AQUINO, Rubim Santos Leão e outros. História das sociedades – das sociedades modernas às sociedades atuais. Rio de Janeiro : Ao Livro Técnico, 1978. AQUINO, Rubim Santos Leão e outros. História das sociedades americanas. Rio de Janeiro : Livraria Eu & Você, 1981. ARAUJO, Maria Celina Soares D’. O Estado Novo. RJ. Jorge Zahar Ed., 2000. CARDOSO, Ciro Flamarion S. Uma Introdução à História. São Paulo: Brasiliense, 1982. CARDOSO, Ciro Flamarion e…

Independência. Rio de Janeiro: SMCTE, 1993. MELLO, Evaldo Cabral de. A outra Independência: o federalismo pernambucano de 1817 a 1824. São Paulo: Editora 34, 2004. MOTA, Carlos Guilherme (org). 1822: dimensões. São Paulo: Perspectiva, 1972. NEVES, Lúcia M. B. Pereira das. Corcundas e constitucionais: a cultura política da Independência (1820-1822). Rio de Janeiro: Revan, 2003. OLIVEIRA, Cecília Helena Lorenzini de Salles & MATTOS, Cláudia Valladão de (org). O brado do Ipiranga.…

Gabriela Nunes. Centralização e descentralização no Império. São Paulo: Ed. 34, p. 27-32. LEAL, Aurelino. História constitucional do Brasil. Brasília: Senado Federal, 2002, p. 174-175. 5 FERREIRA, Gabriela Nunes, Op. cit., p. 27-28. 6 Para uma análise breve, mas precisa, das inovações do Ato Adicional, ver FERREIRA, Waldemar Martins. História do direito constitucional brasileiro. Brasília: Senado Federal, 2003. 4 PRISMAS: Dir., Pol.Pub. e Mundial., Brasília, v.3, n, 2, p.…