“O papel dos meios de comunicação na construção da cidadania cultural”
Andrea Coelho
As iniciativas público-privadas para o exercício da cidadania cultural- que envolvem as práticas culturais que, além de refletir, redefinem a vida dos cidadãos envolvidos
- tem se mostrado ineficazes. Consequentemente, estes cidadãos que, em sua maioria não tem representatividade, são excluídos das ações de participação e atuação democrática socioculturais.
Este cenário, preocupante, é relatado pela filósofa Marilena Chauí, em Cidadania cultural: O direito à cultura, que questiona o papel do Estado e da indústria cultural na produção e difusão da cultura.
Ao defender a democratização da cultura, especialmente entre as minorias, a autora destaca a função do Estado de articular e promover o acesso à cidadania cultural. Sendo necessária a criação de políticas públicas de incentivo e ações que incluam estas minorias, mas que, acima de tudo, respeitem as diversidades socioculturais que caracterizam estes grupos. Estas ações podem se estabelecer na forma de parcerias- com associações, grupos, coletivos socioculturais, líderes comunitários, etc. e na descentralização das políticas públicas para que se possa atender as demandas desses grupos.
Contudo, se este Estado falha no seu exercício de democratização das práticas culturais, essas lacunas tendem a ser preenchidas por estes possíveis parceiros que passam a desempenhá-lo.
Estes grupos, por sua vez, se organizam não só para reivindicarem os seus direitos, mas, também para exprimirem suas diferenças e legitimarem seu espaço na sociedade.
Um exemplo a ser lembrado é o do movimento Hip Hop que ganhou autonomia e visibilidade, após anos vivendo à margem da sociedade. Atualmente, o grafite, uma
das vertentes artísticas do movimento, foi alçado à condição de arte e figura nas galerias e museus do Brasil e do mundo.
Vale destacar, também, a atuação dos coletivos que articulam e praticam ações