“Sentimentos”, comportamento e cultura em Malinowski, Mead e Benedict
Sentimentos, comportamento e cultura são três elementos que se relacionam no estudo da antropologia e são frequentemente abordados tanto em discussões acerca da metodologia de estudo quanto nas etnografias propriamente ditas, sendo que enquanto alguns pesquisadores preferem colocar o enfoque sobre o aspecto cultural e, a partir dele, estudar como os outros se desenvolvem, outros partem do que é possível depreender dos sentimentos e comportamentos observáveis e, a partir daí, verificar a origem cultural dos mesmos.
Algumas escolas antropológicas colocam os sentimentos individuais como elementos inerentes ao convívio em sociedade, e deste convívio decorrentes, sendo que o estudo dos mesmos (sentimentos/emoções) é campo de estudos antropológicos e ajudam a compreender os povos objetos dos estudos, como Durkheim e sua noção de “fato social” ou Marcel Mauss que defende os sentimentos como linguagem, ou seja, a grosso modo, não afastam a possibilidade de os sentimentos serem parte integrante do costume daquele povo.
Alguns autores, contudo, tendem a desassociar os sentimentos individuais, e o próprio comportamento (tomado em seu aspecto particular, individual de cada membro da sociedade), da cultura de seu povo, apregoando-lhes um caráter genético, ou seja, dependente menos da carga cultural do que das condições inatas do indivíduo, sendo que, assim, não importa à antropologia, mas sim a outros campos, como a medicina e a psicologia, o estudo dos sentimentos.
Nos autores apresentados ao longo do curso, até agora, destacam-se, no campo do culturalismo, três grandes nomes: Bronislaw Malinowski, Margaret Mead e Ruth Benedict, os quais serão abordados adiante, balizando a análise na proposta da presente dissertação.
Mead e Benedict, ganharam renome na antropologia por seus estudos e etnografias redigidos