A noção de cultura nas ciências sociais
Sobre o autor:
O sociólogo e antropólogo Denys Cuche, nascido na França em 1947, destaca-se como professor de Etnologia na Universidade de Sorbonne e na Universidade de Paris, e como pesquisador na área de fatores culturais, como música, linguagem e contatos de cultura. Trabalha também com pesquisa com grupos de “Migração Internacional e as relações étnicas”, e é também secretário-geral e membro editorial da revista “Bastidiana”, fundada em 1993. Em seu livro “A noção de Cultura em Ciências Sociais”, principal obra – de muitas - publicada de sua autoria, Cuche defende a ideia de que a identidade cultural se constrói e reconstrói de forma constante através de respectivas vivências, e afirma que identidade e cultura são termos distintos, além de questionar também a questão da alteridade. Ainda vivo, Denys Cuche é uma figura ímpar no âmbito antropológico, influente principalmente em seu país de origem, a França.
Resenha do texto:
“O ‘peso das palavras’, [...], é grandemente influenciado por esta relação com a história, à história que as fez e a historia para qual elas contribuem”. (p. 17)
Assim, para o estudo do texto e para compreender seu atual sentido no uso nas Ciências Sociais, é fundamental analisar na totalidade, a palavra “cultura”: sua origem, como foi formada, seu conceito científico e sua evolução semântica. É necessário ressaltar os laços entre a história da palavra e a história das ideias, visto que nas Ciências Sociais ela é aplicada a realidades e sentidos diversos.
Vale ressaltar que essa palavra não tem equivalência na maioria das línguas orais, uma vez que as sociedades não se limitam a definir sua própria cultura. Entretanto, é significativo estudar em particular, as evoluções da palavra nas línguas francesa e alemã, que se deram de modo tão díspar.
No exemplo francês, durante o século das Luzes, o desenvolvimento semântico da palavra