“Quanto Vale ou É Por Quilo?”
O filme, dirigido por Sérgio Bianchi, tem o objetivo de nos mostrar a chocante vida que os indivíduos de baixo poder aquisitivo vivem atualmente. E assim forçar aquelas pessoas que fingem não saber, ou ainda não sabem, dessa realidade a tomar algum tipo de atitude. Pois não é possível continuar ignorando a situação deles, é preciso se constranger e tomar uma atitude em relação a isso.
O diretor faz uma comparação com a escravidão de outras épocas com a marginalização de parte da população nos dias de hoje. Mostrando-nos que mesmo com a abolição da escravidão, algumas pessoas ainda vivem nessa mesma situação de antes, ou talvez até pior. São tratados como produtos e não como seres humanos.
Também é questionado o papel das Organizações Não-Governamentais, as ONGs. Muitas vezes elas são administradas por pessoas que tem maior interesse em dirigir uma indústria no que uma organização com os deveres de uma ONG. Mas, como são mais aceitas pela população em geral é mais lucrativo usar essa nomenclatura.
Como o autor tem a intenção de chocar, o exagero está sempre presente no filme. Assim o espectador pode refletir sobre essa situação e pensar no que ele pode fazer para que não chegue a esse ponto. O corte repentino das cenas serve para imaginarmos como seria a situação retratada 200 anos atrás. Com isso podemos comparar e concluir o que verdadeiramente mudou de lá para cá. Mas para espectadores menos atentos isso pode atrapalhar a compreensão da narrativa.
Com a apresentação de dois finais, o filme permite que os espectadores reflitam sobre o desfecho dessa história vivenciada por todos. Dependendo de qual seja a vivência desse indivíduo na sociedade pode haver confusão, um vazio, na hora de escolher o desfecho.