“Daens, Um Grito de Justiça”
O filme retrata a segunda metade do século XIX que foi marcada pelo sistema capitalista. A realidade chocante, os maus tratos e as condições precárias dos trabalhadores de um fábrica de tecido retratam de forma bastante clara fatos históricos que desencadearam os direitos trabalhistas que conhecemos na atualidade.
Em meio ao caos e a pobreza absoluta, homens, mulheres e crianças usam da força do trabalho para sobreviverem. Estes operários cumprem uma desumana jornada de trabalho de até 16 horas. O trabalho executado na fábrica Borremans forçavam crianças e mulheres a trabalharem sem condições adequadas a qualquer ser humano. Vários acidentes aconteciam devido à estas péssimas condições de trabalho. A morte de um garotinho Milleke serve de estopim para que os operários se reunissem revoltados com tantas indiferenças e maus tratos.
A situação dos operários mostradas no filme era de miséria absoluta devido aos baixos salários e as condições de trabalho que colocavam seus operários em um deplorável estado de exploração de mão de obra e total ausência da dignidade da pessoa humana. Não existiam leis trabalhistas, o que dava margem a diversas atrocidades cometidas pelos patrões como abuso sexual e assédio moral dentre outros. O padre Daens tem um papel importante na trama. Ao chegar a Aalst, Daens se depara com as atrocidades cometidas pelo diretor da fábrica e às péssimas condições de trabalho dos operários, decidindo criticar a política e o sistema local em favor dos oprimidos despertando na população um imenso desejo de lutar pelos seus direitos.
A oposição social histórica entre os donos das fábricas e os trabalhadores industriais serve como pano de fundo de um fato histórico onde aparecem da mesma forma a forte influência da igreja Católica e a burguesia. Os trabalhadores começam e se reunir e associar-se a outros grupos para reivindicar por melhores condições de trabalho. Com o intuito de desenvolver a fabrica e aumentar os