é isso aí
ETEC OSASCO II
Profº Gilmar
DA VIDA FELIZ
02 maio/2014
Sêneca
A felicidade e a opinião da multidão
Toda gente, meu irmão Gallion, deseja uma vida feliz; mas quando se trata de ver claramente aquilo que torna assim, é a confusão total. E não é fácil alcançar a felicidade, mais ainda porque no caso de nos termos enganado no caminho, nos afastamos tanto mais dela quando para ela nos precipitamos com maior ardor. Quando o caminho conduz em sentido contrário, o nosso próprio impulso aumenta a distância. É preciso, pois, começar por definir bem o que é o objeto do nosso desejo, e examinar depois com cuidado o modo mais rápido de nos dirigirmos para ele; se a vida é correta, darnosemos conta, durante a própria viagem dos progressos feitos todos os dias, e da nossa aproximação de um fim para o qual nos impele o desejo natural. Enquanto errarmos por aqui e por ali sem guia, obedecendo aos rumores e aos gritos discordantes de homens que nos chamam em direções opostas, usaremos uma vida que os nossos enganos tornam breve, mesmo se trabalharmos dia e noite para cultivar o bem.
Determinemos pois o objetivo para que tendemos e os meios de o alcançar; e não o façamos sem o apoio de um homem experimentado, que conheça bem o caminho no qual avançamos; pois nesta viagem, a situação não é exatamente a mesma que sucede nas outras: nestas últimas há um caminho conhecido, interrogamos os habitantes e eles não nos deixam perder; mas aqui o caminho mais bem assinalado e mais frequentado é também o mais enganador. É por isso que a primeira coisa a fazer é não seguir, como uma ovelha, o rebanho das pessoas que nos
precedem, pois nesse caso encaminharnos íamos, não para onde é necessário ir, mas para onde vaia a multidão. No entanto, nada nos arrasta mais para grandes males do que a conformação à voz pública, o pensar que o melhor está ligado ao assentimento do grande número, de tal modo que vivemos, não de