A ética encontra-se intimamente ligada às atitudes e comportamentos dos indivíduos em concreto. Desta forma, varia de indivíduo para indivíduo, sendo este a fazer as suas próprias escolhas, embora levando em conta os valores morais. Assim, a ética distingue-se da moral pelo facto de se aplicar a cada indivíduo, ao contrário da moral, cujos valores assentam nos usos e costumes de cada sociedade. Para além disto,« a ética esforça-se por desconstruir as regras de conduta que formam a moral, os juízos de bem e de mal» (Cesarin, p.3), sendo por isto um saber específico do comportamento humano que tem como objectivos o equilíbrio e bom funcionamento sociais, debruçando-se nos valores e princípios morais de uma sociedade e dos seus grupos. Um desses grupos é a Educação ou, mais concretamente, a Escola, da qual fazem parte vários intervenientes: docentes, alunos, pais e funcionários. É precisamente este o tema abordado pelo texto em análise. Tal como é referido no texto, a dimensão ética da Educação é algo essencial no processo de aprendizagem de cada indivíduo, uma vez que a «formação do sujeito ético depende da educação que ele receber no seu meio académico/ familiar/ cultural, e no constante processo de interacção com esse meio» (Cesarin, p.2). Desta forma, e tendo em conta que o ser humano não nasce ético, a educação deve promover a vontade de respeitar e reconhecer a importância dos outros, através de escolhas éticas que tenham como objectivo não só o bem-estar individual, como o bem-estar dos outros. Para além disto, os professores devem promover na sala de aula a reflexão e o diálogo, bem como a cooperação entre pares, e devem estimular a solidariedade, o respeito pela liberdade e autonomia, a afectividade, o bom senso e o sentido de justiça.
Tal como é referido no Relatório da Unesco “Educação – um Tesouro a descobrir”: «ajudar a transformar a interdependência real em solidariedade desejada, corresponde a uma das tarefas essenciais da