Resumo - as relações entre trabalho e saúde em tempos de reestruturação produtiva
Carla Vaz dos Santos Ribeiro
Resumo por Victor Amaral
Algumas considerações sobre as mutações no mundo do trabalho na virada do século XX para o século XXI
Polivalência, flexibilização, descentralização, otimização dos recursos humanos, enxugamento de quadro, traduzem o aumento do desemprego. Atualmente, o mercado visa reduzir o número de trabalhadores ‘centrais’ e empregar força de trabalho que possa ser demitida sem maiores custos em crises. Gerando assim uma série de impactos, como: desregulamentação dos direitos do trabalho, terceirização e precarização da classe trabalhadora, desemprego estrutural e enfraquecimento dos sindicatos.
Nesse contexto marcado por incertezas e tensões, desenvolvem-se relações superficiais e descartáveis, onde laços de lealdade, confiança e compromisso mútuo são fragilizados. Ambientes competitivos e áridos, gerados por pressão constante e ameaça de desemprego, culminam em um sentimento de desproteção e vulnerabilidade nos trabalhadores.
Dessa forma, é crescente o número de pessoas que não reconhecem a esfera profissional como um espaço de realização, que se mantém apenas por necessidade financeira e medo de não conseguir outro emprego. Há apenas uma minoria atuando em funções que permitem envolvimento e identificação com sentido próprio e integração à vida pessoal.
Segundo Camps, no consenso dominante, só tem sentido o trabalho bem remunerado, “é mais válido o que paga melhor... profissões que abrem as portas para o dinheiro e o êxito.”.
O trabalho ocupa parte importante do espaço e do tempo no qual se desenvolve as vidas das pessoas. Na atividade laboral, há uma remuneração social embutida neste processo, além da venda de prestação de serviços. O trabalho possibilidade o contato com outras pessoas, ocupação, reconhecimento como parte integrante de um grupo, oportunidade de desenvolvimento das potencialidades humanas, fonte de