Ética planetária
Entende-se por ética planetária o estabelecimento de princípios que determinam ações que caracterizam a integridade relacional dos seres humanos entre si e para com a natureza. A ética planetária enfatiza o cuidado e a solidariedade com toda a forma de vida no planeta Terra, chamando a atenção para a responsabilidade humana com vistas ao futuro.
Tendo como ponto de partida a situação atual, devemos nos considerar herdeiros das crueldades e dos sinais de morte presente em todo século XX. Sobre esse assunto, Morin (2000, p. 70) afirma: “A morte introduzida pelo século XX não é somente a de dezenas de milhões de mortos das duas guerras mundiais e dos campos de extermínio nazistas e soviéticos; é também a de dois novos poderes de morte”. A esses dois novos poderes de morte, Morin se refere à possível extinção da humanidade pelas armas nucleares, presente nesse início de terceiro milênio, e à morte ecológica (cf. MORIN, 2000, p. 70-72).
Contra os sinais da morte e da injustiça promovida pela globalização, a ética planetária se mostra a favor da vida, da superação dos conflitos que demarcam as relações pessoais, institucionais e internacionais em nosso mundo e visa à preservação dos recursos naturais.
A globalização, juntamente com o desenvolvimento tecnológico e científico, apesar dos benefícios adquiridos para a vida humana, é acusada de ser responsável pelo aumento da violência, da destruição da natureza, das desigualdades sociais e de inúmeras injustiças em nosso mundo.
A globalização condiciona e promove uma ética que tem como critério básico a endeusar o mercado e a supremacia do capital. O resultado disso é a sociedade influenciada e se estruturando mediante a lógica da concorrência, do consumismo, da exploração nas relações comerciais e trabalhistas e da utilização predatória dos recursos naturais em favor do lucro e do bem-estar de uma pequena parcela da humanidade, enquanto milhares de pessoas padecem na pobreza e