Ética Global

INTRODUÇÃO

Com os rápidos avanços no transporte e nas telecomunicações, as distâncias e o tempo foram encurtados e as informações passaram a ser velozmente sucedidas. Diariamente recebemos uma enorme quantidade de informações que entram em nossas casas das mais diversas formas: com o jornal, o rádio, a televisão, as revistas, a internet, etc. Ficamos informados sobre os acontecimentos a nível local, regional e mundial e quando ficamos cientes de um acontecimento a fim de analisá-lo, ele já é encoberto por um novo acontecimento que ganha destaque. Estes são alguns dos resultados da Terceira Revolução Industrial e a primeira coisa a que o termo nos remete é tecnologia de ponta aliada a globalização: produção em escala industrial, computadores inteligentes, maquinas automatizadas, robôs, entre outros. Para além da evolução tecnológica, a Terceira Fase da Revolução impõe-se como um processo econômico, político e cultural, e mostra-se complexo e dinâmico, acontecendo em um ritmo frenético e escala planetária. No plano cultural é que se processam as maiores mudanças. Os valores norteadores do convívio em sociedade adquirem caráter, virtual, transitório e efêmero e o campo religioso, de modo geral, mostra-se em mutação em busca de uma nova "ética global". Salaini (2012, p. 52) afirma: A modernidade, que tem como uma de suas consequências o surgimento dos Estados-nação, ou seja, dos países tais quais conhecemos contemporaneamente, deslocou a religião para um papel secundário, como fonte de integração social e cultural. Nesse contexto, no momento em que a globalização acarreta uma relativização das fronteiras entre povos e países por meio um acentuado fluxo de informações, práticas, mercadorias e saberes, as grandes religiões, como o catolicismo, o judaísmo, o protestantismo e o hinduísmo, acabam por encontrar um terreno fértil para redefinir e expandir suas formas de atuar e intervir na realidade social. Isso ocorre pelo simples fato de que, apesar de suas