Ética Filosófica
Este trabalho tem como principal objetivo realizar uma análise dos comportamentos de Antígona e Creonte, protagonistas de uma obra de Sófocles, filósofo da Grécia Antiga, a partir da doutrina aristotélica. Em tal obra, Sófocles procurou expor pontos de vista conflitantes – os de Antígona e Creonte – para discutir a ação moral e educar o público, no sentido de fazer com que este formasse sua própria opinião com os erros dos personagens. Para concretizar o objetivo deste trabalho, procurou-se traçar um plano que proporcionasse ao leitor um fácil entendimento das idéias expostas: o primeiro capítulo conterá um leve resumo da peça de Sófocles; o segundo capítulo tratará de expor as idéias gerais da doutrina aristotélica; e o terceiro capítulo realizará a análise dos comportamentos de Antígona e Creonte através da concepção de moral aristotélica.
Capítulo 1: Antígona de Sófocles
O reino de Tebas pertencia a Édipo e Jocasta. Este ganhou o direito de casar-se com ela e tornar-se rei ao decifrar o enigma da esfinge, mas descobriu que vivia uma relação incestuosa: Jocasta era sua mãe. Como penitência, Édipo abandonou o trono e ficou cego. Eles tiveram quatro filhos: Etéocles, Polinice, Ismena e Antígona. Creonte, irmão de Jocasta, usurpou o trono de Tebas, e foi apoiado por Etéocles. Já Polinice contestou a legitimidade do novo rei por meio de armas. Os irmãos travaram uma luta e acabavam por matar um ao outro. Eteócles ganhou um funeral digno de um guerreiro, enquanto que Polinice não teve o direito sequer de ser enterrada, por ordens de Creonte, que ao negar um enterro tradicional a ele o impediria de adentrar os Campos Elíseos e ter a vida eterna. Ninguém deveria enterrá-lo, sob o castigo da pena de morte. Os irmãos de Polinice, Ismena e Antígona, tomaram decisões distintas em relação ao irmão morto. A primeira decidiu seguir a lei da polis, obedecendo a ordem de Creonte e optando por não enterrar o irmão. Já Antígona optou pela lei da